sexta-feira, 11 de junho de 2010

Anos psicodélicos


Poucas pessoas têm a chance de escrever sua história
pelo menos, tive a chance de contá-la
contá-la a mim mesmo, através de minhas mãos
deixando p'ra mim alegria, tristeza, vergonha e orgulho
amores que deixei, amores que vivi
amizades, inimigos, sonhos e loucuras
de uma vida repleta de mudanças e permanências
que me deixaram um tesouro p'ra esses dias.
Tesouro que se multiplica por mil vezes
p'ra quem sente por parte da memória
tesouro que me faz protagonista orgulhoso
de tantas decisões regadas pela emoção
por sentimentos que fluiam pelos significados
tornando a razão e os discursos instáveis.
Como na "Lira dos vinte anos" de Azevedo
vivi Penseroso que sofre e Macário que ama
atravessado pela fé, pela trajédia, pela juventude furiosa
e por amores que, ao extremo, me consumiam.
Tive o privilégio de ter a amizade de muitas pessoas
e de ser amado, quase mitologicamente, por outras.
Ah, vida... que tesouro!
Tesouro, este, que só pode ser apreciado
e degustado no seu mais delicioso teor
por quem escreve.


Mauro Vieira (2009)

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