quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que VOCÊ quer colher?


O que você quer de verdade? Você teria uma resposta na ponta da língua?

Seria interessante obter de nós mesmos uma resposta clara, aplicarmos todas as teorias de focalização e irmos direto ao ponto: resolvendo o nosso problema e acabando com a ansiedade! Então, vamos para o primeiro ponto: obter nossa própria resposta!

Há um tempo atrás, conversava com uma amiga pela internet e reclamei que eu estava cansado de “plantar” nessa vida. Muitos de nós passam a vida inteira plantando, começando com cursos profissionalizantes na adolescência, seguindo por cursos técnicos, passando logo pelos cursos superiores e pós-graduações, chegando a mestrados e a doutorados... diante dessa reclamação, ela me perguntou “O que você quer colher?”

“Boa pergunta!”, respondi como se ficasse sem ar... o que você responderia?

Senti-me com respostas, mas não consegui canalizar nada para uma frase ou uma resposta simples. Bom, nada mais natural! Augusto Cury, na sua teoria de Inteligência Multifocal, discorre, em suas várias obras, que é impossível que haja um “eu” consciente tomando todas as decisões que executamos a cada momento; concluindo que existem vários “eu's” em nossa mente e que só parte “deles” está no consciente.

Baseando-nos nessa teoria, se formos construir juntos uma conclusão, poderíamos começar da auto-observação de que a minha e a sua dificuldade em responder a uma pergunta simples como esta venha do fato de que não queremos somente “uma” coisa. Por isso, não conseguimos exprimir tudo em uma única resposta! Diferentes vontades podem ocorrer em diferentes momentos ou simultaneamente, ou seja, convivemos com anseios concorrentes e, até mesmo, contraditórios.

Consultando a Palavra de Deus, podemos perceber pelo menos uma dualidade interna em nós humanos: os desejos da carne se opõem aos do Espírito (Gálatas 5:17). Paulo escreve aos romanos que “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:19). Portanto, lidamos com diferentes vontades internas condicionadas aos mais variados momentos e ocasiões, além de estarmos inseridos numa atmosfera espiritual que nos expõe a diferentes forças; tais quais são, pelo menos, o tripé: luz-trevas-carne. Pode-se traduzir isso como a influência do Espírito Santo, a influência dos demônios e a nossa inclinação natural à satisfação de nossos próprios desejos e necessidades.

Onde fica, então, nosso poder de decisão? Podemos “querer” algo, de fato? Vamos explorar esse tema em outro artigo, mas é certo que nosso poder de decisão não é exercido, na realidade, dentro do sentido pleno da palavra “liberdade”. Podemos, então, concluir que podemos escolher o que daremos a nós mesmos dentre os nossos mais variados e inconstantes desejos. Isso tudo dentro do nosso tempo e da nossa realidade. Aqueles dois cegos de Jericó, como humanos, tinham vários desejos; no entanto, quando Jesus lhes perguntou “o que queres que eu vos faça?”, os cegos lhe responderam “Que nós enxerguemos!” (Mateus 20:32-33).

O que você escolheu para sua vida hoje?


Mauro Vieira (2010)

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