quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Jazidas de tristeza

Há um acervo escondido,
Às vezes inacessível
Que, mesmo solitário,
É um ponto fecundo do ser.

Nele nasce a sede
Ou o vazio consumidor
Como algo que, de fato,
Existe, mas está sempre ausente.

Esta necessidade tem gosto
E aroma de uma falta do que foi,
De uma relação que era
E já não é.

Coração menino quer ser aceito
E teme o reencontro porque
Da frustração tem receio
Sua esperança com temor se debate.

Aflito, teme a vergonha
De gritar "Deus!" ao horizonte
E sofrer o silêncio
Que previamente desconfiou.

Mas, algo lhe espeta:
Esperança e desconfiança
De que um dia, ao horizonte,
Deus também lhe chamou.

Nesse abismo deixado
Pela ausência da outra parte,
De Deus nesse relacionamento,
Encontram-se jazidas de tristeza.

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